O festival

O Julho das Pretinhas é um festival infantojuvenil de artes integradas dedicado às infâncias negras baianas, construído como um circuito artístico, formativo e afetivo que valoriza a criatividade, a ludicidade e o protagonismo das crianças e jovens negros. Por artes integradas, falamos de linguagens artísticas que se complementam: Literatura, Música e Teatro. Todas elas alinhadas a uma perspectiva afrocentrada. Nossas atividades, de modo geral, contemplam elos da cadeia produtiva da cultura, como: formação, circulação e difusão dos nossos produtos culturais. Esses produtos culturais foram construídos ao passo que o festival se desenvolvia. Sejam os livros publicados pelos nossos agentes envolvidos, os espetáculos produzidos ou as contações de história, todos eles estruturam este projeto.

O projeto nasce do desejo de preencher uma lacuna histórica: a ausência de programações culturais e educativas voltadas às infâncias negras, que articulem arte, formação e entretenimento em diálogo com as realidades e potências da Bahia. Inspirado no movimento do Julho das Pretas, o festival amplia o olhar para as novas gerações, propondo que o futuro antirracista seja também brincante, sensível e criativo.

Ao longo das edições formatos estão sendo testados e adaptados para a realidade orçamentária do projeto em cada ano. Por cinco edições funcionamos com apoios de parceiros que acreditaram no projeto e, somente na 6a edição que conseguimos recursos financeiros a partir de Edital Público da Fundação Gregório de Matos (Prefeitura de Salvador-BA). Nossa luta é para que o projeto se consolide enquanto ação continuada.

Onde tudo começou...

O ano era 2019, Cassía Valle e o Bonde da Calu sentiu a necessidade de trazer programações para infância no mês da internacional da mulher negra latino-americana e caribenha. O evento reuniu ações na antiga Livraria Cultura de Salvador e o evento para destacou a importância das homenageadas na literatura infantil.

Em 2020 e 2021, ainda com a Pandemia de Covid-19, o status de "Festival" se tornou presente e não parou. Pelo contrário: ao perceber a dificuldade de se acessar as infâncias negras e marginalizadas socialmente, a equipe se sentiu impulsionada em fazer acontecer.

Nos anos de 2022 e 2023, o Festival ganhou um caráter de ocupação, isto é, ocupar lugares da cidade de Salvador com atividades lúdicas para infância incorporande elementos da Música, além da Literatura e do Teatro. Em 2024 tivemos a realização do Festival com programações mais pontuais.

Em 2025, o projeto é reestruturado numa ocupação muito maior do que vista anteriormente, era o momento de experimentar tudo que se havia sonhado. Afinal, havia recurso! Um recurso público vindo da Política Nacional Aldir Blanc.

Linguagens e ações

O Julho das Pretinhas é um espaço de convergência entre diversas linguagens artísticas. A literatura ocupa papel central, abrindo caminhos para narrativas antirracistas, livros infantis com personagens negros e histórias que afirmam identidades. O teatro e a música aparecem como instrumentos de encantamento, aproximação e diálogo com o público infantil. Já as artes visuais contribuem para o reconhecimento estético, a valorização da beleza negra e a expressão simbólica das infâncias.

As ações do festival incluem:

  • apresentações e espetáculos infantis;

  • oficinas e formações para educadores e artistas;

  • exposições e feiras de livros e produtos afrocentrados;

  • mesas de debate sobre arte, infância e representatividade;

  • espaços lúdicos de convivência, escuta e brincadeira.

Princípios e propósitos

Mais do que um evento cultural, o Julho das Pretinhas é uma plataforma de formação cidadã. A partir da arte, o projeto busca fortalecer autoestima, pertencimento e consciência racial em crianças e jovens, ao mesmo tempo em que sensibiliza famílias, escolas e comunidades para uma educação antirracista.

Em seu cerne, está o compromisso com a transformação social através das linguagens artísticas — criando alicerces emancipadores nos corações e mentes das novas gerações. O festival entende a arte como ferramenta de cura, resistência e invenção de futuros possíveis.

Acessibilidade e inclusão

O projeto é gratuito e acessível, com ações estruturadas desde sua origem para garantir acessibilidade física, comunicacional e atitudinal. Rampas, pisos táteis, intérpretes de Libras e formações para a equipe fazem parte da rotina de produção, assegurando a participação plena de todas as pessoas.

Quem faz acontecer

Cássia Valle

Idealizadora e Coordenadora Geral

Lúcila Laura
Produtora e Realizadora
Kely Ribeiro
Produtora e Realizadora

Artistas que colam com a gente

Bailinho da Aziza - Bando Teatro Olodum - Naira da Hora - Mariar: Um mar de Poesias Merry Batista - Recital Maria Felipa - Taísa Ferreira - Paula Brito - Jaqueline Santana Diógenes Neghet